Áreas classificadas são lugares nos quais existem chances de se formarem atmosferas explosivas. Atmosferas explosivas, por sua vez, surgem em ambientes onde se realizam atividades com substâncias inflamáveis, como poeira, fibra, gases, vapores, entre outros. Quando esses elementos se misturam com o ar, há riscos de explosões.
Em locais com atmosferas explosivas e áreas classificadas, são exigidos diversos procedimentos para a execução de trabalhos. Nesses casos, atividades como construção, instalação de maquinários ou mesmo o uso de equipamentos elétricos devem ser feitas levando em consideração esses riscos.
Diante disso, cabe às organizações tomar providências para evitar esses acidentes, cumprindo com as normas para evitarem multas, interdições e processos na Justiça. Quer saber mais sobre as atmosferas explosivas? Então confira neste post!
Veja o que são as áreas classificadas e seus graus de riscos
O primeiro dado que o gestor da segurança do trabalho deve ter em mente é que há uma correlação entre as áreas classificadas e as atmosferas explosivas. Essa ligação entre as duas definições é a seguinte: onde houver áreas classificadas, também existirão eventuais atmosferas explosivas.
Por exemplo: o lugar onde fica um tanque que armazena álcool pode ser considerado uma área classificada, pois é um espaço potencialmente explosivo.
Quando uma área é classificada, sabe-se que o trabalho terá de ser feito com cuidados especiais para impedir a formação das atmosferas explosivas. Para fazer essa categorização e estabelecer quais serão essas medidas, as empresas providenciam estudos.
Assim, são realizadas análises completas sobre os níveis de perigo na área, conforme as inúmeras ameaças presentes nesse recinto.
Desse modo, cada fonte de ameaça receberá uma classificação diferente, de acordo com o grau do perigo que ela gera. Veja, a seguir, quais são os níveis das fontes de risco:
grau de risco contínuo: são fontes que produzem ameaças de forma constante e por intervalos de tempo prolongados;
grau de risco primário: trata-se de fontes de perigo que criam ameaças sazonais, isto é, periódicas, quando as circunstâncias de trabalho são consideradas normais;
grau de risco secundário: são cenários nos quais as fontes de risco causam ameaças em contextos anômalos de trabalho, ou seja, em situações atípicas. Nesse caso, os perigos são gerados por tempo curto.
Saiba quais são as zonas da área classificada
Em áreas classificadas — nas quais existe o risco de criação de atmosferas explosivas — também são feitas subdivisões por zonas. Essas zonas são definidas em conformidade com a duração, a natureza e a frequência desse perigo.
Por esse motivo, para cada tipo de zona, as normas reguladoras exigem determinadas medidas de precaução. O objetivo é garantir a maior segurança dos trabalhadores que ficam vulneráveis a essas ameaças durante a rotina profissional.
São exemplos de ramos que podem contar com áreas classificadas — e também com as zonas de risco — a mineração, a indústria petrolífera e as fábricas farmacêuticas. Confira, a seguir, exemplos de categorização por zonas!
Zoneamento das áreas classificadas por gases e vapores
zona zero: onde acontece a mistura de inflamáveis de forma perene ou mesmo por períodos extensos;
zona 1: lugares nos quais, ocasionalmente, pode haver a formação de atmosferas explosivas em contextos normais de atividades (regularmente, essa zona recebe a influência de fontes de riscos primários);
zona 2: trata-se de um espaço onde a ameaça de surgir atmosferas explosivas aparece somente em conjunturas de trabalho anormais. Na maior parte dos casos, são riscos causados por fontes secundárias e em intervalos curtos de tempo.
Zoneamentos das áreas classificadas por poeiras e fibras
zona 20: essa classificação se refere às empresas nas quais as atmosferas explosivas se formam constantemente ou por muito tempo por meio de nuvens de poeira;
zona 21: lugares em que aparece nuvem de pó de modo eventual;
zona 22: espaços nos quais a nuvem de poeira surge apenas em situações anormais de atividades. Na maior parte dos casos, esse cenário ocorre por prazos curtos.
Entenda como evitar acidentes em atmosferas explosivas
O primeiro passo para a prevenção de problemas com atmosferas explosivas é a classificação dos espaços industriais, como já explicamos. Vale ressaltar que essa rotulagem é uma responsabilidade das empresas, que podem realizá-la diretamente ou de modo terceirizado.
Dessa forma, com base nessa catalogação, são estabelecidos projetos para fazer o devido gerenciamento das ameaças e evitar a ocorrência de explosões e incêndios.
Para cumprir o que determina a legislação, são necessárias várias providências: equipamentos adequados, capacitação profissional e vistorias.
As normas regulamentadoras NR-10 e NR-33, do Ministério do Trabalho, confirmam que as tarefas em áreas classificadas requerem qualificação e autorização, por meio de certificados, para a atuação dos funcionários. Essas normas visam a segurança no ambiente profissional.
A seguir, observe os três principais eixos para se obter áreas classificadas protegidas!
Equipamentos
O trabalho em áreas classificadas com potencial formação de atmosferas explosivas deve seguir uma série de imposições em relação aos equipamentos de proteção. Parte desses utensílios preventivos é coletiva, mas também são essenciais os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
Um bom exemplo de ferramenta protetora que abrange a todos são os detectores de gases. De acordo com a NBR 16.577, esses maquinários devem identificar, pelo menos, quatro tipos diferentes de gases perigosos.
Também são cruciais para a segurança os insufladores de ar. Em espaços confinados com risco de explosividade, tais dispositivos realizam a troca de ar, deixando o ambiente mais seguro. Desse modo, a circulação natural — geralmente insuficiente nesses espaços — é substituída pela ventilação mecânica.
Nunca é demais recordar, porém, que os insufladores elétricos de ar devem estar aptos para uso de acordo com a classificação de cada local onde forem instalados. Essa determinação está descrita na Portaria de número 179 do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Veja mais exemplos de equipamentos de proteção coletiva:
- Acessórios para resgate e kit para socorro pré-hospitalar;
- Rádios de comunicação e lanternas à prova de explosões;
- Sistema de ancoragem que facilite o acesso durante as medidas de salvamento;
extintores.
- Além deles, também são indispensáveis EPIs como luvas, capacetes, botas, máscaras e cintos de segurança resistentes a chamas e possíveis explosões.
Capacitação Profissional
A qualificação dos trabalhadores para a atuação em atmosferas explosivas é mais um ponto crítico para garantir a segurança. Depois de passar pelos treinamentos, o funcionário será submetido a uma análise e, dependendo do resultado, receberá a sua certificação.
Com isso, os profissionais se tornam capazes de agir da forma correta em cada um dos níveis de risco, o que é imprescindível para afastar as ameaças. Essa medida é importante não apenas para garantir a segurança do parque industrial, mas também para salvar vidas.
Inspeções
Afora os equipamentos e o treinamento do pessoal, também são obrigatórias as vistorias das áreas classificadas com eventuais atmosferas explosivas. Desse modo, a empresa deve providenciar o monitoramento inicial, que deve acontecer antes de o local entrar em atividade.
Também são exigidas medidas de controle periódicas. Elas devem acontecer com frequência para conferir se a instalação realmente está segura. O intervalo desses acompanhamentos vai variar de acordo com a área de risco e suas fontes geradoras.
Existem, ainda, as fiscalizações por amostragem, que verificam se a periodicidade das vistorias implementadas em determinado espaço é suficiente.
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